Aprender inglês é um dos objetivos mais desejados por brasileiros que querem melhores oportunidades de trabalho, viagens e crescimento pessoal. No entanto, muitos estudantes encontram barreiras internas que impedem o progresso. Se você já começou e parou várias vezes, tem medo de falar inglês ou sente que nunca vai conseguir fluência, talvez o maior obstáculo não seja a falta de tempo ou dinheiro, mas sim a autossabotagem.

Inspirado no livro A Montanha é Você, de Brianna Wiest, vamos explorar como a autossabotagem pode estar travando seu aprendizado e como superá-la com base na neurociência, na neuroplasticidade e no Neurolanguage Coaching.

O que é autossabotagem e como ela afeta o aprendizado de inglês?

A autossabotagem acontece quando criamos barreiras inconscientes que impedem nosso progresso. No caso do aprendizado de inglês, isso pode se manifestar em pensamentos como:

  • “Não sou bom em idiomas.”
  • “Já tentei várias vezes e não deu certo.”
  • “Tenho vergonha de errar e ser julgado.”

O Processo Neurológico da Autossabotagem

A autossabotagem está enraizada nos mecanismos de defesa do cérebro e está diretamente ligada ao funcionamento do sistema límbico, que inclui estruturas como a amígdala, o hipocampo e o córtex pré-frontal.

  • Amígdala cerebral: Responsável por processar emoções como medo e ansiedade, a amígdala é ativada quando enfrentamos situações novas ou percebidas como ameaçadoras. No caso do aprendizado de inglês, esse medo pode se manifestar como o receio de errar, de ser julgado ou de parecer incompetente ao falar. Essa ativação provoca uma reação de luta ou fuga, impedindo que o cérebro racionalize a experiência de aprendizado de forma construtiva.
  • Hipocampo: Essencial para a formação de memórias de longo prazo, o hipocampo sofre diretamente com altos níveis de cortisol, hormônio do estresse liberado quando enfrentamos desafios percebidos como perigosos. Se você associa o aprendizado de inglês ao estresse e à frustração, o hipocampo pode ter dificuldade em consolidar novas informações, tornando a retenção do idioma menos eficiente.
  • Córtex pré-frontal: Esta região do cérebro é responsável pelo pensamento crítico, planejamento e regulação emocional. Quando o sistema límbico entra em modo de alerta devido ao medo de errar ou ao perfeccionismo, o córtex pré-frontal fica menos ativo, dificultando a tomada de decisões racionais e a flexibilidade cognitiva necessárias para aprender um novo idioma.

Esse ciclo de ativação emocional intensa gera comportamentos autossabotadores, como procrastinação, perfeccionismo excessivo, crenças limitantes e comparações com outras pessoas que falam inglês fluentemente.

Neurolanguage Coaching, abordagem baseada na neurociência aplicada ao ensino de línguas, enfatiza que a regulação emocional e a criação de um ambiente de aprendizado seguro são essenciais para evitar esse bloqueio e facilitar a retenção do idioma.

Se você já se sentiu “travado” ao tentar falar inglês, saiba que isso é um mecanismo de defesa do seu próprio cérebro. Mas a boa notícia é que, com as estratégias corretas, podemos “reprogramar” nosso cérebro para aprender com mais eficiência.

A Importância da Autoaceitação no Processo de Aprendizado

No livro, a autora destaca que a autoaceitação é o primeiro passo para superar a autossabotagem. Isso significa olhar para dentro e reconhecer as barreiras internas sem julgamentos. Muitas vezes, evitamos enfrentar nossas dificuldades porque temos medo do fracasso, mas é justamente ao reconhecê-las que conseguimos iniciar uma verdadeira transformação.

A neurociência cognitiva explica que a resistência emocional ao erro está ligada à liberação de cortisol, que prejudica a memória e a capacidade de aprendizado. O Neurolanguage Coaching enfatiza a importância da autoaceitação para reduzir essa resposta negativa, ajudando o cérebro a se sentir mais seguro e receptivo ao aprendizado.

A autora também reforça que a saúde emocional não é estar sempre calmo e feliz, mas sim permitir-se sentir uma variedade de emoções, boas e ruins, sem ficar preso demais a nenhuma delas. Isso é crucial no aprendizado de inglês, pois significa que é normal sentir frustração, ansiedade ou vergonha em alguns momentos, mas esses sentimentos não devem impedir o progresso.

Como superar a autossabotagem e aprender inglês de forma definitiva

1. Reconheça a montanha dentro de você

O primeiro passo é identificar os padrões de pensamento e comportamento que estão bloqueando seu progresso. Pergunte-se:

  • O que me impede de aprender inglês?
  • Eu realmente não tenho tempo ou estou priorizando outras coisas?
  • Estou com medo de errar e ser julgado?

2. Reprograme seu cérebro para o sucesso

A neuroplasticidade mostra que nosso cérebro é moldável e pode se adaptar a novos hábitos. Estudos em neurociência comprovam que a repetição ativa, combinada com emoções positivas, fortalece as conexões neurais e facilita o aprendizado.

O Neurolanguage Coaching enfatiza que o aprendizado deve ser associado a emoções positivas para aumentar a retenção do conhecimento. Para fortalecer sua mentalidade de aprendizado:

  • Pratique a repetição espaçada para fortalecer a memória de longo prazo.
  • Substitua pensamentos negativos por afirmações positivas: “Eu sou capaz de aprender inglês!”
  • Use a técnica da visualização: imagine-se falando inglês com confiança.

Pratique com estas frases motivadoras:

  • “I am capable of learning English!” (Eu sou capaz de aprender inglês!)
  • “Every mistake is a step toward fluency.” (Cada erro é um passo rumo à fluência.)
  • “Learning a language rewires my brain in a positive way!” (Aprender um idioma reorganiza meu cérebro de maneira positiva!)

3. Saia da zona de conforto aos poucos

A neurociência mostra que o aprendizado eficaz acontece na “zona de desenvolvimento proximal” – onde o desafio é um pouco além do que conseguimos fazer confortavelmente, mas ainda acessível.

4. Transforme o medo em aliado

O sistema límbico pode gerar respostas de medo quando nos expomos a situações novas. Para reduzir essa reação, exponha-se gradualmente ao idioma e celebre pequenas vitórias.

A dopamina, neurotransmissor ligado à motivação e aprendizado, é liberada quando celebramos pequenas conquistas. Então, comemore cada progresso, mesmo que seja entender uma nova palavra ou formar uma frase simples.

5. Utilize o poder da atenção plena (mindfulness)

O Neurolanguage Coaching sugere a prática da atenção plena para reduzir a ansiedade e aumentar a capacidade de foco e aprendizado. A prática de técnicas como respiração consciente antes de estudar inglês pode reduzir a ativação da amígdala e melhorar a retenção de informações.

Conclusão

A montanha que te impede de aprender inglês não é a falta de tempo, dinheiro ou talento. É a autossabotagem criada pelo medo do fracasso e pela busca do conforto. Mas você pode superá-la!

Ao aplicar estratégias da neurociência, da neuroplasticidade e do Neurolanguage Coaching, você criará um caminho mais leve e eficaz rumo à fluência.

Lembre-se: a montanha é você, mas também é você quem vai escalá-la!

E você, já identificou algum padrão de autossabotagem no seu aprendizado de inglês? Compartilhe sua experiência comigo no Instagram!

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