hi there!

Há muito tempo quero trazer esse assunto para vocês e finalmente chegou o dia! A história é um pouco longa, mas vamos lá.

Assim como muitos de vocês, o que me impulsionou a planejar a viagem e ir para a Inglaterra foi a vontade de aprender inglês. Eu me formei no ano de 2006, fiz Publicidade e Propaganda no Mackenzie e no último ano da faculdade eu estava super afim de umas vagas de trainee e estágio que estavam rolando. Participei de diversos processo, em várias multinacionais – como Natura, Unilever, Johnson & Johnson, AmBev – bom, muitas empresas legais com processos longos de várias etapas.

Eu sempre ia muito bem em todas essas etapas; acreditava ser muito competente para aquelas vagas, mas sempre que chegava na parte de inglês – fosse na entrevista ou na dinâmica em grupo em inglês – eu travava. E aquilo começou a acontecer com certa frequência e eu ficava ansiosa com as etapas; chegava no inglês eu ficava desanimada, já imaginava que não iria passar.

Fiquei preocupada porque eu já tinha estudado inglês por muitos anos. Comecei com 13 anos, quando minha mãe me colocou em uma escola de franquia, ia de terça e quinta, como muitos fazem, e fiquei nessa até os 17 anos, enquanto estava no colégio. Eu também tinha o inglês do colégio em que estudava. Então, tecnicamente, estava embasada nesse idioma, meus pais se esforçaram para que eu tivesse aquilo.

Ganhei o certificado da escola: inglês avançado. Já podia falar inglês com todo mundo e dos 17 aos 21 eu estudava sozinha, mas isso já faz alguns anos; na época, não tinha tantos canais com esse foco no youtube, nem blogs ou sites. O que eu tinha era um dicionário que não saía da minha bolsa porque sempre fui muito curiosa e estudiosa. Mas estudar sozinha não estava trazendo tantos resultados. Bom, essa era a minha experiência com o inglês em um primeiro momento.

E eu ficava: “não é possível, sou formada em comunicação e não consigo me comunicar com as pessoas“. Então eu já achava que tinha algo errado. Como que eu posso ter estudado inglês por tantos anos e quando mais preciso o inglês não sai? Nesses processos de grandes empresas, eu sempre era uma das poucas candidatas que nunca tinha feito intercâmbio. Então, comecei a gerar uma crença dentro de mim que só conseguia aprender inglês quem saísse do Brasil.

E essa crença foi se instalando cada vez mais: “se eu não fizer intercâmbio não tenho como falar inglês como meu concorrente”. E, às vezes, a pessoa tinha passado apenas 1 mês em algum lugar ou 2 semanas, um curso rápido de férias na Austrália, por exemplo. Mas isso já contava bastante. Então falei para meus pais que teria que rolar um intercâmbio.

Na época eu trabalhava em um banco, já estava há uns 3 anos lá, então, como faria isso? Eu sairia do banco? Porque eu queria ficar um bom tempo fora, a ideia era ficar pelo menos 6 meses porque para mim 1 mês não daria certo. Então, encontramos uma oportunidade bem legal para fazer o intercâmbio no sul da Inglaterra em Isle of Wight.

Então, já começou ali a dificuldade desse primeiro momento: como deixar meu emprego? Foi muito difícil entrar naquela empresa e largar o banco foi uma decisão complicada que tomei em minha vida. Meus pais ficaram preocupados, toda aquela coisa de “emprego estável”, mas a decisão foi tomada porque no fundo, eu sabia que tinha mais para mim no mundo, tinha mais para eu conhecer, para eu viver. Aquela vidinha, para mim, estava muito quadrada, muito programada e eu queria experiências novas. Na época, eu tinha 21 anos e pensava “preciso aproveitar agora, ter experiências, conhecer lugares porque não sei se terei  coragem de largar o ‘emprego estável’ depois“.

Bom, a oportunidade chegou com um pessoal da igreja que meus pais conheciam. Era com uma rede de hotéis da Inglaterra, Christian Resorts, em que você poderia ir como voluntário. Então eu só paguei a minha passagem e fiquei 6 meses trabalhando e morando nesse hotel. Não teria despesas com alimentação ou acomodação e ainda recebia um pocket money – não é considerado um salário, mas é uma quantia de dinheiro para você comprar suas coisas de higiene pessoal ou um passagem de ônibus. 

Fiquei em Isle of Wight e em meus primeiros 6 meses na Inglaterra dividi quarto com pessoas de diversos países, Hungria, Romênia, Alemanha; tinha pessoas de diversos lugares e era isso que eu queria: conhecer outras culturas e praticar o inglês.

No hotel eu trabalhava com um pouco de tudo. Então, um dia eu estava na recepção, no outro era garçonete, no outro preparava as comidas, outro dia estava  na jardinagem e assim por diante. Enquanto eu estava lá, aconteceu um evento de marketing em Windsor e eu fui com meu chefe e mais um rapaz para organizar o stand do hotel; como se fosse uma exposição do hotel.  Foi muito legal porque foi meu primeiro projeto de marketing e ainda em Londres!

Apesar de fazer de tudo um pouco, eu sentia que precisava melhorar, precisava falar como eles. Então, eu fazia o seguinte: ficava sempre com meu fone de ouvido. Sintonizava na rádio local e ficava o dia inteiro ouvindo isso. No hotel tinha uma drawning room, um lugar onde antigamente as pessoas passavam um tempo porque não havia internet ou TV, então lá tinha um piano, as mulheres costumavam pintar, tricotar ou conversar; tinha uma lareira e uma pequena biblioteca. Bom, quando estava de folga, eu pegava um livro. Então eu tinha um livro, um caderninho onde anotava palavras novas e meu dicionário de papel. Eu pegava essas 3 coisas e estudava assim. E aprendi muito dessa forma, mas ainda não estava funcionando como eu queria.

Bom, nisso de conhecer muita gente, percebi que na Europa a maioria das pessoas fala sua língua nativa e o inglês – salve raras exceções. Pelo menos com quem convivi era dessa maneira. Não posso generalizar, mas a maioria tinha uma boa base de inglês. Isso quando eles não falavam a língua nativa, o inglês e mais uma. Às vezes eram pessoas até mais novas do que eu. Então pensava: “caramba, eu tô aqui capengando nesse inglês e não é possível que essas pessoas conheçam mais de 2 línguas”. 

Comecei procurar saber como era isso de aprender várias línguas. E então dei  início a minha grande jornada de pesquisas e de coisas incríveis que fui aprendendo com idiomas.

Dessa forma, descobri diversas maneiras de aprender uma nova língua, entendi que aquele jeitinho de palavrinhas soltas não funcionaria, mas pelo menos havia tentado.

Mas então outro obstáculo: a dificuldade de entender o inglês britânico. Eu sempre estudei americano, eu nem me atentava em estudar outros sotaques. Eu simplesmente absorvia o que os professores me passavam – que era o inglês americano. Era uma certa inocência da minha parte e por isso eu bato muito na tecla da importância de se aprender sotaques diferentes.

É mais natural, mais fácil, para nós, brasileiros, nos acostumarmos com o sotaque americano porque temos muita influência em diversos aspectos.

Mas uma dica: não fiquem só no inglês americano. Até porque nos EUA existem vários sotaques diferentes, como no Texas. Têm sotaques por todos os cantos do mundo, assim como acontece aqui no Brasil.

Para mim, o sotaque britânico, era quase uma outra língua. E, quando pessoas não nativas iam conversar comigo eu também sentia dificuldade. Então a romena ia conversar comigo e ela precisava repetir 50 vezes a mesma coisa. Era uma situação muito desagradável. Tinha a alemã, que o sotaque era bem forte, uma moça da Mongólia com quem dividi o quarto por 2 meses e era um sotaque super diferente. Essas pessoas não falavam inglês nativamente, mas elas estavam falando inglês comigo. Então, estude novos sotaques para não passar perrengue como eu passei.

Quando meu período de intercâmbio estava chegando ao fim, uma amiga do banco que estava em Londres me convidou para ficar com ela por mais 6 meses. Logo pensei: “não vou voltar para o Brasil agora, quero mais experiências, ainda mais no centro da Inglaterra”. Como eu disse, eu ficava em uma ilha, precisava pegar uma balsa para ir até lá, então seria uma experiência bem diferente.

Foi assim que me mudei para Londres depois de 6 meses em Isle of Wight. Na nova casa era eu e minha amiga em um quarto e o restante eram todos baianos; uma época incrível, era festa todo dia, uma fase muito legal.

Trabalhei em pubs e em restaurantes brasileiros. Esse pub em que trabalhei era da rede Young’s Pubs e eu nem a conhecia quando fui trabalhar em um pub que ficava no norte de Londres, em Hampstead – uma região super tradicional e conhecida por lá.

Foi uma experiência incrível, conheci pessoas do mundo inteiro e meu inglês realmente deu um salto porque eu era muito estudiosa. Vamos quebrar esse paradigma de que se você for para Inglaterra você vai aprender inglês. Conheci muitas pessoas que estavam há muito tempo lá e não conseguiam aprender, então depende muito de você. E outra: fuja de brasileiros. Eu morava com brasileiros no começo, mas trabalhava com pessoas de outros lugares e depois mudei de casa, fui morar com outras pessoas para meu inglês funcionar.

Nesse meio tempo conheci meu ex-marido, que era polonês, e acabei ficando por lá. Viemos para o Brasil, casamos aqui, fui e voltei várias vezes, mas acabei morando em Londres.

Entrei na Jigsaw e fiquei cerca de 4 anos; comecei trabalhando nas lojas. Para quem não conhece, a Jigsaw é uma marca de luxo britânica, super tradicional. 

Para conseguir esse emprego, eu desci no centro de Londres e fui entregando currículo, apenas com a cara e a coragem porque na época não tinha vídeos no Youtube ou nenhum tipo de material online que pudesse me auxiliar naquela jornada.

Mal sabia eu que havia descido na Newborn Street, tipo a Oscar Freire de São Paulo, onde estão as lojas mais tops, de várias marcas incríveis. Foi assim que “cai” na Jigsaw; comecei como deputy manager e fiquei cerca de 1 ano na Newborn Street.

Depois fui gerenciar outra loja da Jigsaw em Saint Christopher Place, que também era ali pertinho, uma travessa da Oxford Street. Depois gerenciei Calden Garden, também no centro. Então, gerenciar lojas no centro de Londres na Jigsaw foi a melhor experiência da minha vida porque tive contato com pessoas do mundo inteiro, além dos próprios ingleses.

Surgiu então uma vaga para trabalhar no head office da Jigsaw e eu tinha certeza de que aquela vaga era para mim. Era como costumer service, o site estava começando, então o site da Jigsaw inaugurou em 2009 e a vaga veio em 2010, então só tinha 1 ano de site, muita coisa sendo implementada, as redes sociais no início e eu ia começar ali e fiquei empolgada. Como eu tinha muitos contatos – conversava com o pessoal da gerência, estava sempre em contato com o head office – isso ajudou em minha entrevista, o fato de ser relativamente conhecida no meio das lojas, isso me diferenciou, eu ter vivência nas lojas e poder trazer isso para o e-commerce.

No e-commerce eu fiquei de 2010 a 2012. Então, toda parte de costumer relations, estava sempre em contato com o pessoal do merchandising, os designers, foi uma experiência riquíssima. É muito legal trabalhar com moda, tive líderes incríveis. Foi ótimo.

Quando eu estava no e-commerce, meu inglês teve que dar outro pulo porque eu precisava de um inglês bem focado em business, outro nível de inglês me era exigido. Eu escrevia muitos e-mails, muitas cartas aos clientes e eu falava muito ao telefone. Então o meu sotaque tinha que ser legal, eu não podia atender o telefone de uma marca tradicional britânica com um sotaque muito carregado, tive que suavizar isso e deu tudo certo e hoje, muito do que eu ensino para meus alunos no meu curso, é do que aprendi ali na prática, o inglês mais polido.

Em 2012 eu já achava que meu tempo na Inglaterra estava chegando ao fim, já tinha vivido muita coisa, já fazia 2 anos que todos os meus amigos brasileiros tinham voltado ao Brasil, então eu não falava mais português. Em casa era inglês, no trabalho também. 

Meu relacionamento já não estava tão legal, já não fazia mais sentido ficar ali, estava com muita saudade da minha família, me sentindo sozinha e não tinha como ficar indo e voltando para o Brasil o tempo todo.

Fora que também sempre tive muitas ideias do que eu queria fazer; sempre tive uma mente muito empreendedora, mesmo trabalhando para outras pessoas, eu sempre tive um comportamento muito empreendedor de trazer ideias, ser proativa. Naquela época eu já estava aprendendo muitas coisas sobre o coaching, já estava fascinada por esse mundo.

Eu dava muitos treinamentos lá na Jigsaw e muita gente chegava em mim e dizia que eu podia ser professora, eu ouvi muito isso e ficou na minha cabeça, mas o que poderia ensinar?

Quando eu voltei para o Brasil, minha antiga chefe perguntou por que eu não ensinava inglês. Então comecei a pensar em outras coisas que eu gostaria de fazer, colocar minha voz no mundo, trazer essa essência mais autêntica do inglês.

Então, voltei para o Brasil, na época o meu ex-marido também veio e queria tentar ficar aqui para se adaptar, mas não rolou, então ele voltou para a Polônia, eu fiquei por aqui e ai comecei a criar as coisas que queria, fui dar aula de inglês e me especializar em coaching.

Mas basicamente foi por isso que voltei. Enfim, hoje estou aqui, tenho meu curso de inglês online, tem vídeos por todas as redes sociais e atualmente estou em Londres e está sendo uma experiência muito especial! Ano passado eu levei alguns alunos para fazermos uma imersão e ficamos por lá 1 mês e foi incrível. Fomos com ICGroup Education e foi tão bacana que decidimos voltar.

Então fique de olho que vou soltar ainda mais conteúdo sobre Londres.

Ir com os alunos ano passado foi muito emocionante. Estar ali naquela terra e reviver as minhas histórias, os lugares que estive e dessa vez com outro olhar e levando brasileiros comigo para ter essa experiência foi muito marcante para mim e por isso que resolvi fazer essa imersão novamente.

Acho que Londres é muito marcante. A Europa é incrível, mas Londres é Londres. Tem uma coisa muito diferente. Acho até que para nós – brasileiros, ou latinos de modo geral – quando vamos para Europa, ficamos surpresos com tantas coisas antigas, castelos, igrejas; aqui não temos tanta coisas antigas, no máximo na Bahia, Ouro Preto, Rio de Janeiro, mas não é a mesma coisa. Então a Europa mexe muito com a gente, latinos que vão para lá e Londres em específico.

Bom, espero que você tenha gostado da minha história ou que se sinta inspirado de alguma maneira a correr atrás dos seus sonhos, de fazer acontecer.  


 

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Inamara Arruda
English Teacher, Coach, a True Believer. Acredita que todos podem aprender inglês mais rápido e com mais propósito com a ajuda do coaching. Logo, acredita que o inglês é a melhor, mais básica e mais rápida de todas as ferramentas disponíveis para que alguém mude sua vida para melhor. O inglês é a chave que abre portas, é a janela pro mundo, é a linha base que conecta ideias e pessoas dos quatro cantos do planeta.